Circuitos: Autódromo Enzo e Dino Ferrari

Motor Valley
Por Renata Resende

Grande Prêmio de San Marino ou Grande Prêmio da Emilia Romagna, não importa quais os nomes oficiais, mas os fãs de Fórmula 1 vão sempre chamar, essa etapa da F1, de Ímola. Esse GP acontece na Itália, no Autódromo Enzo e Dino Ferrari e é nessa pista que aconteceram momentos marcantes, bons e ruins, que ficam nas memórias dos fãs de Fórmula 1.

O autódromo

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O autódromo, que leva o nome dos Ferrari, foi construído lá na década de 1950, e no começo seu nome era Circuit de Santano. Após anos levando o nome do rio que delimitava o circuito, foi decidido que seu nome passaria para Circuit d`Imola, o que também fazia sentido por ser próximo da cidade italiana de mesmo nome, Ímola.

Na década de 1970 vários trabalhos foram realizados, e o circuito mudou novamente seu nome. A partir de então ele passaria a ser chamado de Autódromo Dino Ferrari, em homenagem ao único filho do casal Ferrari. O autódromo seria renomeado de novo após a morte de Enzo Ferrari, sendo então chamado de Autódromo Enzo e Dino Ferrari. Agora, com o autódromo pronto, ele poderia receber a categoria de elite do automobilismo, a Fórmula 1.

O primeiro GP de F1 aconteceu em 1980, algo que também aconteceu porque o Monza estava sob reformas. O autódromo ganhou o coração dos amantes da F1, mas em 1981 ele não poderia sediar mais o GP da Itália, devido a uma regra da categoria que não permitia que dois Grandes Prêmios poderiam ser realizados no mesmo país.

Porém investidores burlaram essa regra. Como? Colocando o nome do GP com nome de outro país, um pequeno e encostado na Itália, chamado de San Marino. E deu certo. Sob o nome de GP de San Marino, o autódromo foi sediando corridas até 2006. Em 2020, as corridas de Fórmula 1 voltaria para Ímola, mas antes de partir para essa época atual, vale relembrar alguns momentos históricos.

Traçado feroz da pista

O que tinha de emocionante no autódromo, tinha de perigoso. O traçado original tinha quase 5 km de asfalto e 20 curvas. Já em 1981, foram acontecendo mudanças como a introdução de uma chicane ali na Acque Minerali. Mas a pista era perigosa, e vários acidentes foram acontecendo até 1994, e só depois do pior ter acontecido que o autódromo foi fazer mudanças visando a segurança dos pilotos.

Até 1994, a segurança da pista era questionada. Na sua primeira curva, a temida Tamburello, os pilotos corriam à quase 300 km/h e qualquer erro podia ser fatal. Naquela curva, vários pilotos se acidentaram, como aconteceu com o brasileiro Nelson Piquet (Williams). Em 1987, Piquet bateu com força e dali foi direto para o atendimento médico. O pai de Kelly Piquet sofreu traumatismo craniano, lesões no tórax, no tornozelo e perda de memória.


Gerhard Berger, amigo próximo de Senna, foi outro piloto a se acidentar na Tamburello. Na batida, a Ferrari de Berger ainda pegou fogo, mas o austríaco só saiu com fissuras nos ossos. Em 1991, Michele Alboreto (Footwork) também bateu na mesma curva. No ano seguinte foi a vez de Riccardo Patrese (Williams) se ferir na Tamburello. Os próximos acidentes foram acontecer em 1994, e que infelizmente marcou o mundo, principalmente os brasileiros e austríacos.

Depois das mortes violentas, de Ratzenberger e Senna, o traçado foi ainda mais alterado. A fim de fazer com que os pilotos virassem mais lentamente, foram acrescentadas variantes nas curvas da Tamburello e da Villeneuve. A Variante Bassa, onde o Rubens Barrichello (Jordan) se acidentou, também em 1994, deixou de existir. O local se transformou em uma chicane e teve suas zebras diminuídas.

Grande Prêmio da Emilia Romagna

O autódromo saiu do calendário da F1, acontecendo em 2006 o último Grande Prêmio de San Marino. Anos depois ele voltaria, mas com nome de GP diferente. Em 2020 aconteceu a pandemia que todos se lembram. O Coronavírus também atingiu a Fórmula 1, que teve que fazer ajustes no seu calendário.

Num desses ajustes, acabaram trazendo o GP de Ímola de volta, como um tampão. Mas San Marino dessa vez não quis se envolver, e acabou retirando sua representação da F1. Como aquela regra de não poder ter dois Grandes Prêmios no mesmo país caiu por terra, eles decidiram então chamar a etapa de Grande Prêmio da Emilia Romagna, já que o autódromo fica na região da Emilia Romagna.

O contrato ficou estabelecido então que Ímola sediaria o GP até 2025. Até a data dessa publicação, o contrato ainda não sido estendido, o que torna até então essa etapa do final de semana, dos dias 16 a 18 de maio, o último GP de Ímola.

Orgulho do Brasil

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Mas nem só de memórias ruins vivem os brasileiros com relação à Ímola. O piloto brasileiro que corre pela Fórmula 1 Gabriel Bortoleto, que fez uma excelente campanha ano passado, quando corria pela Fórmula 2, tem a pista de Ímola como uma de suas preferidas. O paulista de 20 anos já correu no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, e teve bons desempenhos naquela pista em outras Fórmulas.

Mas mesmo que a expectativa do Brasil sejam as melhores e as vezes as mais altas possíveis, tem que se levar em conta que mesmo com a boa experiencia de Bortoleto em Ímola, o piloto ainda pilota a Sauber, carro que está na lanterna do campeonato e que muitos chamam carinhosamente de "trator".

Expectativas 

Neste final de semana a Fórmula 1 está presente em Ímola, junto com a Fórmula 2 e a Fórmula 3. Com relação à F1, os olhares estarão especialmente voltados não só para a McLaren que está liderando o campeonato de construtores, como também para Kimi Antonelli (Mercedes) que fará sua primeira corrida em casa, para a Ferrari e também para Franco Colapinto, que fará sua primeira corrida pela Alpine.

A esperança brasileira fica com Bortoleto, torcendo para que o piloto da Sauber, com bom histórico na pista, tenha um desempenho de marcar o Brasil no autódromo, mas de uma forma incrível.


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