Circuitos da F1: Brands Hatch
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My Racing Career |
Por Renata Resende
Um dos lugares que pode ser considerado como berço da Fórmula 1, o Reino Unido conta com circuitos lendários. E Brands Hatch é um deles. Mas aquela área onde o circuito se localiza nem sempre foi pista para os carros da Fórmula 1 correrem. Na verdade, a história do circuito é longa e bem agitada.
Tudo começou ali na década de 1920, numa fazenda onde os primeiros corredores disputavam suas competições. Mas eram provas de bicicletas, e só a partir da década de 1930 que coisas ficariam mais velozes, com a chegada das motocicletas. O problema era que naquela época a adrenalina não estava só nos circuitos de corrida.
Relembrando da aulas de História na escola, dá para saber que adrenalina era essa que corria fora das pistas. Quando estourou a 2ª Guerra Mundial, em 1939, Brands Hatch, que já tinha sido usado como campo de treinamento militar, se tornou base para o Exército Britânico.
Quando a Guerra acabou, surgiu um grupo, liderado por Joe Francis, que queria cuidar do terreno o transformando em um autódromo particular. E por que não começar a trazer eventos para Brands Hatch, hein? Essa foi a ideia do grupo, e junto trouxeram até alguns monopostos.
E assim começaram as melhorias. Pavimenta o traçado aqui, faz outras adequações acolá, e foram 4 anos de mudanças no autódromo. Mesmo com os acréscimos, como torre de controle, postos de fiscais com telefone e um centro médico simples, o autódromo ainda era curto demais para receber um evento como a Fórmula 1.
Em 1960, o Reino de Kent aprovou que os administradores aumentassem o circuito o suficiente para receber eventos maiores. E em agosto, do mesmo ano, o traçado novo, de quase 3 km de comprimento foi inaugurado. 1964, esse foi ano em que a Fórmula 1 chegou em Brands Hatch. Mas o autódromo dividia a recepção do evento com Silverstone.
Aquelas curvas desafiadoras viram sua 1ª pole position ser conquistada por Jim Clark. O piloto escocês não só liderou a corrida inteira, como fez a volta mais rápida e venceu a prova. Logo no primeiro GP de Fórmula 1 do circuito, aconteceu um Grand Chelem, conquistado por Clark numa Lotus. O pódio foi completado com Graham Hill (Owen Rasing Organization) e John Surtees (Lotus), em 2º e 3º lugar respectivamente.
Brands Hatch foi sendo palco de momentos marcantes na sua história. Foi lá que Emerson Fittipaldi (Lotus) estreou na Fórmula 1. Aliás, pode-se dizer que Fittipaldi teve bons momentos naquele autódromo, já que além de estrear na Fórmula 1, Emerson conseguiu uma vitória lá que foi muito importante para conquistar seu 1º campeonato na F1.
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Getty Images |
Falando em brasileiro, Brands Hatch foi importante também para o 2º campeonato de Nelson Piquet. Na imagem acima, pai da Kelly Piquet venceu naquele autódromo, na penúltima GP da temporada de 1983. A decisão do campeonato ficou então para a ultima etapa, na África do Sul, que foi vencida por Piquet.
Mas nem só de momentos bons viveu esse circuito. Infelizmente aconteceram alguns acidentes graves no autódromo. Criticado por não ter a melhor segurança, e foram muitas as mortes em Brands Hatch. Até tentaram fazer melhorias como recuando alguns metros o ápice da Paddock Hill, colocaram novas proteções de guard-rail, entre outras mudanças, mas ainda havia contestações.
O fato de o circuito não ser o mais seguro, mais a decisão de Bernie Ecclestone e da FIA de fazer contratos mais longos com os autódromos, só piorou a situação para Brands Hatch. Então o GP do Reino Unido, que antes intercalava entre Silverstone e Brands Hatch, ficou sendo sediado apenas em Silverstone.
O último GP de Fórmula 1 que aconteceu em Brands Hatch aconteceu em 13 de julho de 1986. Nelson Piquet (Williams) conseguiu a Pole Position, mas infelizmente não venceu a corrida. O lugar mais alto do pódio ficou com Nagel Mansell, também com uma Williams. Hoje o circuito ainda recebe provas, mas nada como a Fórmula 1.
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