Crônica de uma fã de Fórmula 1: Mônaco 2024


Por Renata Resende

Em um belo dia minha professora, de leitura e escrita em língua inglesa, chegou na sala de aula e nos pediu para fazer um texto descritivo, tendo como base uma memória importante. Precisaríamos relembrar um momento impactante em nossas vidas e descrevê-los, dado o máximo de detalhes possíveis. Como era o dia dessa memória, qual o cheiro, qual o gosto desse momento. 

Não me lembro se demorei para escolher uma memória, mas quando fiz, as palavras fluíram como se eu estivesse vivendo aquele momento de novo. Eu estava voltando para o meu quarto, assistindo o GP de Mônaco. O GP de Mônaco, que sempre foi especial para a Fórmula 1,se tornava ainda mais especial, pelo menos para os brasileiros. 

Naquele final de semana, a McLaren trocaria o laranja dos carros pelas cores verde e amarela como uma homenagem a Ayrton Senna. Não importavam mais as outras equipes da corrida, a McLaren levou o Brasil para o grid naquele 26 de maio. Meu país vinha antes do minha equipe e era nisso que pensava quando decidi não torcer para a Ferrari naquele dia.

Mas essa tarefa de não olhar para os carros pintados de vermelho se tornou muito difícil, especialmente quando Charles Leclerc, um dos meus pilotos preferidos, corria como se sua vida dependesse disso. No meu quarto, tomando café numa caneca da Ferrari, eu torcia, volta depois de volta, que ele ganhasse a corrida.

Foi uma corrida tensa. Ferrari é famosa por não ter boas estratégias. E se algo acontecesse com Leclerc? Ele estava correndo em casa, numa Ferrari. Nas corridas anteriores em Mônaco sempre acontecia algo que o impedia de vencer. Ou a Scuderia Italiana tinha uma estratégia ruim ou o carro dele batia. 

Eu nem lembrava mais que a McLaren estava correndo. Quando a bandeira quadriculada balançou, a corrida terminou e Sérgio Maurício narrava No capricho no capricho, Charles Leclerc vence o GP de Mônaco. Ou algo parecido, nem me lembro direito, estava focada na vitória dele. Acho que nem ele acreditava que tinha finalmente vencido em casa.

A emoção era grande quando o Hino da Itália tocava. Acredito que qualquer fã de Fórmula 1, independente da equipe que torça, tenha ficado feliz com a vitória do monegasco Charles Leclerc. A McLaren também subiu no pódio, para a alegria do Brasil, com o australiano Oscar Piastri. Só sei que a corrida foi tão emocionante, que até Senna deve ter se emocionado.

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